Faz muito tempo que elaborei o artigo abaixo e anos depois
publiquei no meu livro de memórias “A memória do tempo em nós” (2009). Entretanto,
avalio que texto foi reatualizado pela ironia que se faz presente, através da
irreformável aspiração burguesa, eternamente inarredável em personagens que se
acreditam artistas, eruditos ou populares. A propósito dos protestos desses “artistas”
sobre a recriação do Ministério da Educação e Cultura (governo Temer), que eles
consideram como sendo o fim do Ministério da Cultura o funeral da própria cultura
no país, exponho um artigo sobre o mesmo fato que ocorreu no governo Collor.
Apesar de ser um texto datado, as circunstâncias permanecem as mesmas e os
problemas culturais foram aprofundados pelo reforço de políticas ancoradas em
filhotismo e dirigismo, bem ao gosto da esquerda burguesa. Como sempre, confirmando
o axioma do velho Marx, a história se repete como farsa, numa comédia de
pastelão grávida de hipocrisia e entrecortada pelo rancor oriundo da perda de
privilégios. Neste antigo texto, o debate foi travado com Augusto Boal, mas
hoje fica difícil encontrar um verdadeiro artista para fazer o mesmo.
De arte e de rinocerontes
Já que estamos em casa de
enforcado, falemos de corda. Obviamente, a informação é controlada e não é
novidade o que nos ensina Bagdikian, de que “o dono do jornal tem o poder de demitir, admitir, promover, e pode
controlar o conteúdo do seu jornal por meios que vão desde a intervenção direta
até as pressões sutis”, mas este controle não se restringe apenas ao “dono do jornal”. Existem os
intermediários (tradutores, chefes, repórteres, etc.) portadores de
“micropoderes”, além de todo um inextricável emaranhado de combinações e
interesses a serem administrados.
Nunca me ocorrera escrever
para jornais ou revistas na desconfortável condição de “intruso”. As vezes que
escrevi alguma coisa foi a convite e na qualidade modesta de colaborador. A
exceção ocorreu por um motivo que, à época, considerei justo e que consistia
numa réplica a um artigo do teatrólogo Augusto Boal, e tinha a finalidade de
ampliar o debate.
Apesar de panfletário,
provocativo e dos pesares, eis a prova do meu crime.
Diz o ditado que
reconhecer o erro já é meio caminho andado. Parar o que está errado evita
trabalho e desperdício.
Por longos e penosos anos
assistimos indignados e impotentes à implantação de um modelo perverso de
desenvolvimento em que, as injustiças socioeconômicas de mãos dadas com a
ausência de ética e justiça, amesquinharam e depauperaram moral e materialmente
a nação. A política cultural nesses anos não se constituiu em exceção (e por
que seria?) e foi norteada pela mesma lógica. Estava inserida no modelo. Era
mais um elo do modelo. Toda a estrutura insana que foi montada, e que nossa
brava intelectualidade de esquerda combateu e combate, estava e está presente
na área artístico-cultural. Assim como o BNH financiou moradias de luxo ou
mesmo mansões em detrimento de casas populares, muitas instituições oficiais
financiaram, com o dinheiro público, determinados “projetos culturais” em
detrimento da dieta cultural da população. Mansões que o povo jamais habitou,
“projetos culturais” que o povo sequer tomou conhecimento. Mansões para a
elite, “projetos culturais” para a mesma elite. Extinto o BNH, o clamor que se
ouviu foi o da garantia de empregos e manutenção de privilégios das grandes
construtoras e imobiliárias, ao invés da discussão de um novo projeto que
viabilizasse habitação e saneamento básico para as famílias de baixa renda. Mas
a extinção do BNH, mesmo que por motivos outros, impediu a continuidade de uma
aberração legitimada. Por analogia, e sem entrar nos imperativos
histérico-demagógicos do governo Collor, o efeito é o mesmo, ou seja, deixa de
financiar (compulsoriamente) os “projetos culturais” aos quais ele não tem
acesso ou voz. São as mansões culturais. A exemplo do incidente com o BNH, a
“classe artística”, ao invés de debater projetos e propor programas para a área,
passou a espernear, a protestar contra o estancamento das torneiras. Tetas
fartas, grávidas e generosas. Verbas para quê? Para a perpetuação do modelo,
para garantir privilégios. E qual é o modelo? Cruamente pode ser resumido da
seguinte forma: o Estado dá um “cala a boca”, e, com isso, finge realizar uma
política cultural, e os “produtores culturais” fingem exercitar a cultura. Eu
finjo, tu finges, pactuamos, fundamos uma verdade e nos locupletamos.
Não conheço, até a
presente data, nenhuma carta aberta à nação, indignada com a falta de apoio ao
cordel, ao pastoril, ao circo, ao teatro de rua que alguma comunidade queira
desenvolver no interior do Acre. Para a classe artística, arte e cultura são o
que ela mesma determina enquanto arte e cultura.
De tão preocupada com o
próprio umbigo, o que a “classe” ainda não entendeu é que precisamos de uma
política cultural para a nação e não para a “classe”. Uma política cultural que
preserve a liberdade das manifestações que, em última instância, são a
identidade e a alma do povo. Que tal mais educação? Mais livros, mais
bibliotecas, teatros em regiões carentes? E a TV Educativa?
O desafio imediato é
romper este ciclo vicioso no qual nos atolamos nestes longos anos de chumbo e
não nos apercebemos ou não conseguimos evitar. Foi um processo lento e sub-reptício
a que fomos submetidos o qual denomino de mitificação
por conveniência. Acredito que, em sua maioria, os componentes da esquerda,
militantes partidários ou não, buscam transformar a sociedade, sonham
melhorá-la, torná-la mais justa e fraterna. A utopia que nos incendeia está
assentada (além da teoria) em pressupostos éticos tais como: verdade, justiça,
igualdade, etc. O que ocorreu e não nos apercebemos de imediato, foi que, no
afã, na miragem da consecução desses ideais, contraditoriamente, acabamos
negando um a um estes sentimentos generosos. Os negamos não por perversidade,
mas por estarmos inseridos num processo de luta que nos fez abortar o livre
exercício da crítica, mesmo no esboço. Criticar um companheiro, principalmente
de projeção pública, seria “fazer o jogo da direita”. Incensamos nossos mitos,
calamos/compactuamos, varremos para debaixo do tapete as suas (nossas) falhas,
pois que humanas. Cevamos personalidades inúteis, pois que vazias. E a verdade?
E a honestidade de princípios? E a ética? E a justiça? Foram sacrificadas em
função dos fins que eram verdadeiros, honestos, éticos e justos. Estes os
ingredientes do dogma, estes os nossos grilhões, os nossos pecados. Em vista do
resto, erramos pouco, mas erramos. Ao reconhecermos o erro, temos que exorcizar
esses fantasmas espetaculares.
Este pacto contraditório
que nos levou a calar, no atacado e no varejo, com Stálin e miudezas, pode ser
ilustrado com o exemplo patético de Glauber genializando a raça com Golbery.
Patrulhamento ideológico à parte, pode-se, sem esforço, arguir dezenas de
motivos que descaracterizam Golbery enquanto gênio. O que fica de importante é
exatamente o nosso silêncio sepulcral ante a irrelevância deste e de outros
fatos. Glauber mitificado, acima da crítica, do certo e do errado. Semideus,
guru do desbunde baiano. Silenciar a consciência é dilacerar o afeto, é
apequenar a vida, a própria luta pela vida.
O discurso de Boal
enfocando a política cultural (sic) do atual governo, apesar da aparente
coerência, se esgota na aparência. Tem todos os ingredientes que serviram para
sedimentar uma forma de ser e (re)produzir uma realidade dissociada do povo
deste país. Após tantos anos de conivências e conveniências, é dada a hora de
rompermos definitivamente este pacto de hipocrisias, permissivo e corrosivo,
pois que atende supostos interesses gerais, mas que, no fundo, atende
particularidades pessoais, uma vez que deu as costas para a sociedade. Este
pacto entre anormais estendeu-se por todos os segmentos sociais e, na área
artístico-cultural, possibilitou a existência da figura sinistra do artista sem
arte. Para ser artista sem arte, o requisito imprescindível é uma redefinição,
sob medida, da arte. Para sermos uma coisa falsa, temos que degradar a coisa.
Há uma estranheza
sintomática e muito particular com determinado tipo de artista no Brasil, que é
exatamente o fato de ser um tipo. São muito parecidos, como se fabricados em
linha de montagem. Comungam gestos, gírias, dialetos, aspirações, consumo, temática,
lugares da moda... Muito sofisticados, muito iguais, inclusive na... “arte”.
Como se um país com estas dimensões, diferenças regionais e abismos sociais,
estivesse sedimentada uma cultura única e representativa: a que é produzida,
pasteurizada e industrializada pelas elites culturais do eixo Rio-São Paulo,
numa unanimidade estranha e sintomática. Tipologia besta.
Num determinado momento,
sob o signo da hipocrisia, os nossos caros “artistas” desfilam seus simulacros
ante uma confraria de idiotizados para, sob a escusa de fazer arte, adquirir
prestígio e, no momento seguinte, subservir ao poder e adquirir dinheiro. Muito
dinheiro. Acima de qualquer suspeita, são suspeitos. Falam em arte, falam em
cultura, escrevem cartas abertas à nação e têm tribunas cativas. Suas práticas
não demonstram que sabem o que é arte, cultura ou nação.
Ante o escombro moral de
um quadro grotesco no qual o Estado se consubstancia em verdadeiro Robin Hood
às avessas, aprofundando o axioma de “privatização
dos lucros e socialização das perdas”, qualquer mudança que acene com a
redefinição entre público e privado requer projetos e não protestos de quem
perdeu “a boquinha”.
Acompanhando a atual
“demarche” entre governo e intelectualidade, observamos que a superficialidade
que impera não esgota a pauta a ser estabelecida, e que devemos aproveitar a
oportunidade para aprofundar o debate.
Não devemos confiar em
demasia na estreiteza do conceito de arte ora em vigor, assim como devemos
desconfiar da extrema vulgaridade com a qual é feita a transposição de cultura
para arte. Apesar de acadêmica, esta questão é de muita utilidade prática.
O exercício de romper o
ciclo decadente é observar criticamente os semideuses banidos do Olimpo.
Reduzidos à condição de simples mortais, conseguem mediocridades insuspeitas.
Salta aos olhos a fragilidade e incoerência das argumentações do mestre Boal,
que, de resto, são o mote paradigmático de uma classe artística aburguesada e
esclerosada, embora proprietária (de forma monopolista) do pensamento de esquerda.
Chegamos ao ponto limite da permissividade ao consentirmos que alguns se
apropriem privadamente das nossas abstrações. Pois é: o feijão é expropriado
pela direita e o sonho pela esquerda... Mas que diabo de esquerda é essa? A
nossa que, abaixo e acima do Equador, em sua maioria, em suas práticas,
demonstra um apetite voraz e ímpar por aspirações burguesas. Privadamente
proprietária (no sentido marxista e pejorativo) das verdades, não necessita de
debate, requer adoração.
Estamos, nesses tempos,
assistindo ao funeral disso tudo. O que os apressados coveiros não sabem é que
talvez não estejam enterrando o cadáver do comunismo mas, sim, a falência da
generosidade, da abnegação e do desprendimento humano. Talvez estejam
enterrando, na cova rasa da indigência, pedaços de humanidade. Talvez, no
interior do ataúde, não estejam os restos mortais de Marx, Engels, Gramsci ou
Guevara, mas sim a vaidade, o egoísmo e a prepotência.
Incoerência? Falta de
rigor? Para entender política cultural, é imprescindível a diferenciação entre
arte, cultura e indústria cultural.
Segundo Boal, o perigo
mortal para o artista é a arte tornar-se mercadoria e como tal, ser manipulada
pela propaganda, via mercado. Ora, sob o signo do capitalismo, o trabalho é uma
mercadoria que, submetida aos imperativos do mercado, sofre a degradação. Nem
por isso, escutamos os ecos do passado de intelectuais solicitando subvenções
governamentais para outras profissões. O produtor cultural é que se submete aos
desígnios mercadológicos e passa a produzir mercadorias, a exemplo de qualquer
produtor. O artista é aquele que não se submete.
Em verdade, o que anda
deixando perplexa a “classe artística” tupiniquim, não é uma possível política
governamental para a área cultural, mas sim um processo que vem de longa data
corroendo as suas entranhas e que ela não ousa encarar uma vez que foi
cúmplice, deixou-se seduzir, relaxou e gozou, apesar da curra não ser
inevitável. Não é o discurso “collorido” do atual governo, ou o que ele possa
vir a fazer ou não em matéria cultural que entregará todo o poder aos
rinocerontes, como afirma o Boal. Este processo já foi efetuado sistemática e
conscientemente pelos nossos bravos “artistas” que agora se deparam com o preço
cobrado: o aviltamento. Submetidos, passaram a ser simples mortais, perderam a
magia e a possibilidade da utopia. Venderam o trabalho enquanto mercadoria,
submeteram-se ao assalariamento e ficam a estertorar requerimentos de
diferenciações. Este mesmo processo submeteu algumas profissões (médico,
professor, etc.) e nem por isso a distinção encontrou justificativas. A arte é
essencialmente subversiva e incontrolável. Ela sobrevive com, sem e apesar das
benesses do Estado, pois estas, o mais das vezes, servem para abastardá-la.
Quem tem um mínimo de
dignidade pode prescindir de exercícios oratórios em defesa de subvenções
estatais. Quem carrega em si um mínimo de humanidade prescinde de lançar mão de
um dinheiro que pertence a um povo espoliado, despossuído, faminto, sem
cidadania ou redenção. Em relação ao todo da população, a classe artística está
situada de forma privilegiada e pode abrir mão de cartórios e contribuir
generosamente, crescendo junto ao e com o povo. Os que discordam devem se
dirigir à submissão a mercado e suas leis leoninas. O que é inconciliável é o
discurso armado sobre uma verdadeira chantagem espoliativa: ou o povo me
subvenciona ou me prostituo com o primeiro mercador que piscar os olhos. A
questão é ética (artística) e não econômica ou, no seu reverso, é econômica e
não ética. O resto é discurso maniqueísta.
O que esta arte aviltada,
sob os auspícios de verbas federais, tem feito pelo povo? O que os “artistas”
têm feito pelo povo? Quem se perfilou no cordão dos agraciados, dos querubins,
dos ungidos? Qual o critério que um burocrata usa para promover a distribuição
de subvenções.
Espanta a desenvoltura com
que a turma do capital e do poder fala e manipula o dinheiro do Estado. Espanta
duplamente quando intelectuais o fazem. O dinheiro do Estado, sabemos todos, é
nada mais que o dinheiro de todos e, nesse caso, deveria existir todo um rigor
em sua utilização. Um rigor ético, religioso até.
Em que projetos culturais
foram parar as verbas nestes anos todos? Em que isso contribuiu para o povo em
geral? Como esses benefícios atingiram o povo?
O modelo não se prestava a
isso. Previa apenas um efeito demonstração, bem a gosto das elites vampirescas.
O mundo subdesenvolvido tem ópera? Tem ballet? Tem corpo de baile? Tem artistas
internacionais? Tem luxo e requinte? Tem frescuras que só ele entende? Tem
supérfluos que só ele tem cacife? Pois bem, nós também temos e mais uma vez a
nossa honra pátria está salva. Yes, nós have banana. Pobre gosta de luxo e a
irresponsabilidade não paga pedágios nem dá cadeia.
A cultura produzida com o
dinheiro do povo serviu ao povo ou a uma minoria privilegiada? Essa cultura
encerra todos os predicados da decadência e da desmoralização.
Precisamos encerrar de vez
a hipocrisia do “me engana que eu gosto”
e da aceitação de uma visão de “artistas” e “produtores culturais” pensados e
relatados como coisas ideais. São reais e participantes do processo histórico e
têm responsabilidades ante as mazelas produzidas e expostas. Criticar
circunstancialmente a ganância ibopeana, a pornografia televisiva ou a
corrupção do mercado, sem observar com honestidade as suas causas históricas, é
fingir que antes estávamos no melhor dos mundos, que antes nada disso existia.
Sabemos, como afirma o
Boal, que “aceitando-se o mercado,
aceitam-se suas leis. E são as leis do mercado – as leis da oferta e da procura
- são as leis dos mercadores, assim como a lei da selva é a lei do leão”,
mas sabemos também que os possíveis candidatos à subvenção federal (estadual ou
municipal) são exatamente os que aceitaram as leis do mercado e que deixaram de
fazer verdadeiramente arte. Estão a defender não a arte, mas, sim, um estilo de
vida, seus apartamentos ou mansões, seus carros novos, sua classe social.
Farinha pouca, meu pirão primeiro.
Se a “função do Estado, no campo da arte e da cultura, é precisamente o de se
contrapor às leis dos mercadores e favorecer o florescimento de todas as formas
culturais, independentemente da sua cotação na Bolsa” como afirma (com
muito senso de oportunidade) o Sr. Boal, o que este atual governo está fazendo
é evitar um desperdício, pois o que existia, até então, não cumpria estas
premissas. Sabemos, nestes anos, qual foi o tipo de cultura que o Estado apoiou
e fez florescer. Seria melhor que permanecesse omisso. O que sempre existiu foi
um balcão onde determinados “artistas” e “produtores culturais” se serviram à
tripa forra. Onde e quando, no Brasil, desde Cabral e suas caravelas, Caminha,
Henrique Soares e degredados, o Estado favoreceu o florescimento de formas
culturais realmente populares?
Coincidentemente, os dois
casos exemplares citados por Boal, Mestre Vitalino e Van Gogh, representam o
paradigma do artista que, nunca subsidiados, fizeram arte com inteireza. A
gritaria da classe artística não passa pelo apoio a artistas ou concepções
artísticas de Mestre Vitalino. O dinheiro pode fazer a existência de
determinada pessoa mais fácil materialmente, mas isso não tem influência na
arte, no ato genuíno de criação. O mais das vezes, quando interfere é de forma
nociva, degradante. Por que tornar fácil a vida do artista em particular? Por
que não facilitar (dignificar) a vida de João, pedreiro e esfomeado? Ou a de
José, desempregado e abandonado em seus sonhos? Ou a de Maria, mãe solteira,
penca de filhos e operária? Ou a de Antônio, 11 anos a se prostituir na Central
ou no coração do mundo, em troca de pão ou de droga? Por que tornar mais fácil
a vida material do artista em particular? Qual a justificativa? Pois é:
semideuses...
É certo que vivemos um
governo de simulacros e que o país está sendo “collorido” por desmandos
reconhecidamente histéricos. Essa (falta de) política cultural, a exemplo de
tantas outras, não atende aos interesses da nação. Mas não estamos discutindo
essas ideias, pois a “classe artística” não está colocando as questões com
sinceridade e mesmo honestidade.
O nó reside no fato de que
essa “classe artística” quer servir a dois senhores e roer a banda sã dos dois
lados. A banda podre fica para a sociedade, como no pacto de anormais.
Milton canta que “todo artista tem que ir aonde o povo está”,
mas o que mais temos assistido nesta realidade é o previsto e preconizado pelo
Belchior onde o exército de ídolos “está
em casa guardado por Deus contando o vil metal”, pois banalizou-se mercantilmente
“artista” ir aonde a grana está. Nessa toada, irmão, perdemos não só o pudor,
mas o bonde da história.
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