segunda-feira, 13 de maio de 2013

"ARREMEDOS" in - Sombras



ARREMEDOS

Já fui jovem, tive meus sonhos,
minhas manias (no muito inofensivas)
que voaram nas asas da realidade.

Tive meus castelos, meus reinos,
minhas riquezas (ouro, púrpura, diamantes)
e as desfiz num jogo de cotidiano áspero.

Tive eternas férias, livros raros,
mestres lúcidos, sábios amigos e leais
que a boca da distância engoliu.

Criei meus amores, minhas rusgas,
minha ideologias, meus mitos íntimos
que se perderam na roda da sorte bêbada.

Que riso é este?
Eu digo: é o meu corpo jogado
neste desespero de vida
que mais parece
arremedo e arreganho.

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