Afinal, o que é um Movimento Social? É a reunião
de cidadãos em torno de determinada demanda coletiva Desta forma toda ação de
um movimento social se dá em torno de determinados objetivos que lhe são
próprios e os quais defendem. É lícito afirmar que um movimento que luta em
prol da Reforma Agrária é genuinamente social, na medida em que tal demanda no
Brasil é histórica. Entretanto este mesmo movimento se atrelar a um partido e
ao governo deste partido o descaracteriza enquanto Movimento Social, pois que
ao partidarizar seus objetivos, deixa de ser uma luta social, com caráter
universal e passa a ser “parte” (de partido) da sociedade.
No caso do MST (entre outros), fica patente ser um
movimento que atende aos interesses do Partido dos Trabalhadores e não dos
militantes em busca de terras. Em seus quadros (principalmente de liderança)
estão encasteladas pessoas que não necessitam de terras, muitas das quais, em
todas as suas existências, só tiveram o privilégio de pisar no asfalto e em
tapetes palacianos. São lideranças profissionais totalmente submetidas ao
governo e ao seu partido em troca de verbas federais liberadas por este mesmo
governo.
Pela lógica estruturada pelo MST, todos os seus
integrantes são necessariamente petistas e apenas o Partido dos Trabalhadores
será capaz de efetuar uma Reforma Agrária no país. Evidentemente que esta
postura é gritantemente antidemocrática e falaciosa, pois, no estado
democrático é lícito que todos os partidos legalmente constituídos almejem o
poder através das urnas. Cabe aos movimentos sociais demandar suas necessidades
aos governantes que, necessariamente não pertencem ao partido de sua
predileção.
A forma como o MST se enquadra na presente
realidade, representa uma excrescência e mesmo um desafio às leis constituídas
e, de forma velada, tem auferido do governo a garantia impunidade nas suas
atuações ilegais. Por seu lado, o governo se desvia de suas obrigações gerais
para com a sociedade permitindo a instabilidade nas relações no campo que
redundam em violências de parte a parte, ao arrepio das leis vigentes.
O mesmo pode-se afirmar em relação à CUT, que se
declara abertamente petista. Num cenário de desemprego galopante, não se
registrou nenhum protesto contra o governo, mas sim, ameaças de greve e lutas
mais acirradas se acaso a presidente for afastada, mesmo que consoante a
Constituição do país.
Tais flagrantes e confessados aparelhamentos
destes movimentos e sindicatos representam a antidemocracia de coletivos
sociais que subservem o governo como se este não fosse transitório. Assim como
as instituições do patronato jamais se confessaram psdebistas, sindicatos e
movimentos sociais não poderiam virar subsidiários de um partido, pois a luta
por direitos determinados deve se dar dentro do campo democrático, esteja este
ou aquele partido no poder.
Desta forma, ao financiar com o dinheiro público
instituições declaradamente partidárias, o governo pratica uma burla à
democracia, qual seja, usar as verbas públicas (de todos) em seu proveito
único, como se partindo do princípio absurdo de que toda a sociedade é petista
e que no PT votará até a consumação dos tempos. Mais autoritário que isso,
apenas cuspir na cara de quem discorda.
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